Quase todos os domingos, quando estou redigindo e preparando o sermão da noite, sinto uma pontinha de culpa. A razão é porque eu sempre enfatizo o pecado. Na verdade, sempre enfatizo o quanto somos pecadores. Algumas vezes eu ouço outros pregadores com suas mensagens positivas e de ânimo. Então penso: "porque não sei pregar assim?".
Já faz um tempo que tenho pregado expositivamente, mas para qualquer texto que eu leia, salta-me aos olhos um ou mais aspecto em que tenho de falar ao público sobre o pecado. E isto de certa forma me incomodava.
Hoje pela manhã, o primeiro domingo do ano de 2014, lendo um livro* um parágrafo me chamou a atenção. Apesar de não falar diretamente, levou meus pensamentos a uma descoberta. Se bem que não há nada de novo, senão pelo fato de falar ao meu coração de forma nova.
Lucas 7.47 diz: "Por isso te digo que os seus muitos pecados lhe são perdoados, porque muito amou; mas aquele a quem pouco é perdoado pouco ama."
Então, para aqueles que de fato amam a Jesus, quanto mais ele descobre pecado em si, mais ele ama. E quanto mais ele ama, mais sente o amor de Jesus. Porque "onde o pecado abundou, superabundou a graça" (Rm 5.20).
Percebi então que Deus sempre me conduziu a fazer o rebanho dele, que ele confiou a mim, entenderem o quanto são pecadores, não para um apontar de dedo acusador, mas sim para que, ao desnudar o pecado deles, se lhes abram o entendimento e percebam o quanto são amados por Jesus. Ao perceberem isto, e responderem com amor, recebem de volta mais amor ainda, também porque "nós o amamos a ele porque ele nos amou primeiro" (1Jo 4.19).
Claro que eu mesmo não me excluo dos próprios sermões que prego. Eles sempre falam primeiramente a mim. E uma outra coisa que sempre faço é encerrar o sermão apontando para a misericórdia e graça do Senhor, ressaltando que não há pecado que ele não possa perdoar.
Creio que a partir de hoje não mais me sentirei culpado por isto. Na verdade, após esta revelação e consolo do Senhor, mais ainda me empenharei para aperfeiçoar o jeito de continuar expondo as Escrituras enfatizando o quanto somos pecadores, mas o quanto nosso Senhor é maior que nossos pecados, sendo nosso justificador e redentor.
Assim seja!
* O evangelho no centro
0 Comentários
Não use palavras ofensivas.