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Submissão a autoridade eclesiástica


1Pe 5.5-9 - Do mesmo modo, vós, os mais jovens, sujeitai-vos aos presbíteros. Tende todos uma disposição humilde uns para com os outros, porque Deus se opõe aos arrogantes, mas dá graça aos humildes.Portanto, humilhai-vos sob a poderosa mão de Deus, para que ele a seu tempo vos exalte,lançando sobre ele toda vossa ansiedade, pois ele tem cuidado de vós.Tende bom senso e estai atentos. O Diabo, vosso adversário, anda em derredor, rugindo como leão que procura a quem possa devorar.Resisti-lhe firmes na fé, sabendo que os mesmos sofrimentos estão acontecendo entre vossos irmãos no mundo. E o Deus de toda graça, que em Cristo vos chamou à sua eterna glória, depois de haverdes sofrido um pouco, ele mesmo vos haverá de reabilitar, confirmar, fortalecer e alicerçar.A ele seja o domínio para todo o sempre. Amém.

Desde a Reforma, a parte evangélica/protestante da Igreja Cristã tem questionado a autoridade humana no que diz respeito ao governo eclesiástico. Descontando exageros de ambos os lados, o texto de Pedro nos traz o equilíbrio necessário neste ponto.

Minha referência à Reforma se dá pelo fato de que no século XVI o Papa exercia uma liderança inquestionável dentro e fora da Igreja. Em um certo sentido o protesto foi direcionado contra este domínio, onde aprendemos a não ter nenhum mediador ou vigário geral entre Deus e o indivíduo.
O lado pernicioso disto foi que em nossos tempos, alguns desequilibrados apregoam não haver a necessidade de submissão a nenhum tipo de governo. E estou falando de governo de igreja!
Nas igrejas congregacionais, onde o governo da Igreja tem seu órgão máximo na Assembleia de membros, o líder (seja de um homem só ou de um colegiado) fica sem quase nenhum poder ou autoridade sobre o rebanho.

Em 1Pe 2.13 – 3.6, o Apóstolo fala da submissão às autoridades civis (rei, presidente, governador), dos empregados aos patrões, e da mulher ao marido. O capítulo 5 inicia com instruções aos líderes da igreja, os presbíteros. No verso 5 deste capítulo, inicia com o termo, semelhantemente, do mesmo modo. Semelhantemente a quê? Certamente que aos princípios anteriores já escritos. O mesmo espírito de submissão exigido antes será exigido agora, no entanto direcionado aos líderes na igreja.

Jovens
O termo grego traduzido por jovens até pode ser referir a alguém com pouca idade, mas designa também alguém mais jovem em comparação com outro. Assim uma pessoa de 50 anos é mais jovem do que uma de 60. Ambas não são jovens no sentido mais direto do termo mas não está errado fazer a afirmação anterior.

Velhos
A quase totalidade das as traduções em português traduziram o termo presbiterois por velhos/anciãos. Somos levados pela tradução a achar que esta ordenação se dirige à juventude. Mas, como corretamente faz a Almeida XXI, mantermos a mesma linha de tradução, se nos versos de 1 a 4 Pedro está se referindo à liderança da igreja local, logo deve-se concluir que a ordem de submeter-se é dada a toda a membresia em relação aos seus líderes. O texto na Almeida XXI ficou assim: Do mesmo modo, vós, os mais jovens, sujeitai-vos aos presbíteros.

Submissão
É a mesma palavra usada nos capítulos 2 e 3 e o seu sentido original é o da atitude semelhante a submissão militar, onde o mais graduado tem hierarquia superior.
Evidentemente que nas relações cristãs não cabe igualar absolutamente à hierarquia militar, mas o princípio da submissão sim é verdadeiro. Além disso, semelhantemente, a submissão cristã é voluntária e amorosa. Eu me submeto à liderança de alguém por amor a Deus, primeiramente, e a este líder, como uma prova. “Se alguém afirmar: ‘Eu amo a Deus’, mas odiar seu irmão, é mentiroso, pois quem não ama seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê”. 1Jo 4.20. Parafraseando este texto, podemos dizer:  se alguém afirmar: ‘Eu amo a Deus’, mas não é submisso ao seu presbitério, é mentiroso, pois quem não é submisso ao seu irmão, a quem vê, não pode submeter-se a Deus, a quem não vê.

Humilhai-vos
Nota-se que a submissão é voluntaria por isso a ordem para que a pessoa se coloque numa condição rebaixada. Humilhar é se rebaixar, neste sentido. Mas Pedro afirma que quando fazemos isto, estamos nos humilhando mesmo é a Deus, que tem o tempo certo de nos exaltar.
Penso que aqui seja uma orientação direta àqueles que têm a vocação para a liderança e/ou o presbitério. É muito comum, principalmente com seminaristas, em poucos meses de estudo achar que sabe mais e que pode mais que o seu pastor. Este é um pensamento diabólico. Quem achou que podia mais que seu criador? Muitos concordam que o primeiro pecado cometido por aquele anjo de luz foi o orgulho; o inverso da humildade.

Uma das maiores causas de divisão de igreja parte de líderes que não concordam entre si. Um que ser mais que o outro. Ninguém quer dar preferência para o outro e disputam lugares de primazia. O Diabo anda em derredor procurando pessoas assim para as tragar. É nosso dever resistir a esta investida do maligno.

Não é só conosco?
“Resisti-lhe, permanecendo firmes na fé, conscientes de que os irmãos que tendes em todo o mundo estão atravessando os mesmos sofrimentos” (KJA). O verso 9 ficou, em minha opinião, melhor na King James. Não me parece aqui que Pedro esteja falando dos sofrimentos físicos horríveis pelas quais a igreja passa. Parece que Pedro reconhece que exercer a submissão voluntária à liderança da Igreja não é coisa fácil.

Os líderes são homens sujeitos às mesmas provações e tentações. Os líderes são falhos e não há um que reúna todas as qualificações e habilidades. Há casos em que pecados de não consequência moral e muito esporadicamente sejam praticadas por presbíteros. Ainda assim a submissão e o respeito devem ser mantidos para com os líderes e pastores.

Em certo sentido isto é um sofrimento. Mas não estamos sós. Não é só em nossa congregação. Todas as igrejas no mundo passam pelas mesmas dificuldades.

Deus nos dará vitória
Pedro encerra com um encorajamento doxológico.

Deus de toda graça – o termo graça quer dizer alegria, deleite, prazer, doçura. Lembremos que este Deus pode encher o seu coração destas graças, capacitando-o para ser submisso.

Eterna Glória – lembremos que nossa recompensa não está neste mundo. Se tudo que alguém almeja é ser reconhecido com ou líder neste mundo então este alguém está perdido. Trocou a Glória eterna por nada.

Aperfeiçoar, firmar, fortificar, fundamentar – não devemos nos preocupar no como fazer, mas sim em obedecer. Em nossa natureza decaída, somos incapazes de fazer a vontade de Deus. Mas quando entendemos o que ele quer, nossa única tarefa será a de nos atiramos num “salto de fé”. De mim mesmo não tenho capacidade para cumprir o que acabamos de aprender, mas Deus dará a nós o poder de realizar sua vontade pelo empoderamento de poder do Espírito Santo.

Conclusão
É doutrina bíblia o respeito, a honra e a obediência à liderança cristã – pastores e presbíteros. Não nos cabe questioná-lo em atitude rebelde, a menos que estejam incorrendo em pecado moral.
Nosso dever é, em obediência e submissão, ajuda-los no que for preciso para promover o crescimento da Igreja em comunhão e discipulado, para a Glória de Deus!

“A ele seja o domínio para todo sempre. Amém!”

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2 Comentários

  1. Parabéns pelo lindo comentário, base adoração em um tema extremamente importante, nesses últimos diaseis.

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  2. Muito belo esse ensino, encheu meu coração de goso!

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