A ocasião na celebração da festa da Dedicação, que acontecia em dezembro, e comemorava a purificação feita por Judas Macabeu, em cerca de 169 a.C. O ímpio Antíoco Epífanes havia profanado o templo, sacrificando um porco no altar. Uma vez tendo sido libertos do domínio deste rei sírio e restaurado o templo, iniciou-se a celebração da festa, chamada em hebraico hanukkah.
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Transcorria a festa da Dedicação em Jerusalém. Era inverno. E Jesus estava andando pelo templo no pórtico de Salomão. Os judeus então o rodearam e lhe perguntaram: Até quando nos deixarás em suspense? Se tu és o Cristo, dize-nos abertamente. Jesus lhes respondeu: Eu já vos disse, mas não credes. As obras que eu faço em nome de meu Pai dão testemunho de mim. Mas vós não credes, porque não sois das minhas ovelhas. Estas ouvem a minha voz, eu as conheço, e elas me seguem. Dou-lhes a vida eterna, e jamais perecerão; e ninguém as arrancará da minha mão. Meu Pai, que as deu para mim, é maior do que todos; e ninguém pode arrancá-las da mão de meu Pai. Eu e o Pai somos um. Então os judeus pegaram outra vez em pedras para apedrejá-lo. Jesus lhes disse: Eu vos mostrei muitas boas obras da parte de meu Pai; por qual delas quereis me apedrejar? Os judeus lhe responderam: Não é por alguma boa obra que queremos te apedrejar, mas por blasfêmia, pois, sendo tu apenas um homem, te fazes Deus. Jesus lhes respondeu: Não está escrito na vossa lei: Eu disse: Sois deuses? Se a lei chamou deuses àqueles a quem a palavra de Deus foi dirigida, e a Escritura não pode ser anulada, por que, então, dizeis "tu blasfemas" àquele a quem o Pai santificou e enviou ao mundo por eu ter dito: Sou Filho de Deus? Se não faço as obras de meu Pai, não creiais em mim. Mas se as faço, mesmo não crendo em mim, crede nas obras, para que venhais a entender e saber que o Pai está em mim e eu no Pai. Por isso procuravam novamente prendê-lo; mas ele escapou das suas mãos. E retirou-se de novo para o outro lado do Jordão, para o local onde João batizava no princípio; e permaneceu ali. Muitos iam até ele e diziam: Apesar de João não ter feito sinal algum, tudo o que ele disse sobre este homem era verdadeiro. E muitos ali creram em Jesus.
Armadilha
A razão pela qual os judeus queriam ouvir Jesus falar abertamente: eu sou o Messias, era para terem uma desculpa para acusá-lo e matá-lo "legalmente". Por isso Jesus nunca disse claramente que ele era o Messias, a não ser para o cego e para a samaritana.
Entretanto, Jesus sempre apelou para as suas obras. Seus milagres apontavam de forma tão inequívoca que ele era o Messias, que muitos creram nele. Mesmo entre estes líderes. Note que 2 meses antes, naquele mesmo templo, estavam divididos. Uns dizendo ser ele o Cristo e outros não, por causa da cura do cego de nascença.
Jesus jamais caiu nas armadilhas deles. Ao contrário, todas elas foram transformadas por Jesus em evidências de quem ele era, o que por sua vez testemunhou contra seus opositores.
Salvo para ter fé, ter fé para ser salvo
Jesus lhes diz: "Mas vocês não creem, porque não são das minhas ovelhas. As minhas ovelhas ouvem a minha voz" (v.26).
O novo nascimento, em certo sentido, pode ser identificado como o nascimento da fé. E assim, quando dizemos que a fé é a condição para ser salvo, seria o mesmo que dizer "é preciso nascer de novo" (Jo 3.7).
Comparando ao nascimento de um ser humano, não existe a mínima possibilidade de autoexistência. Ninguém, nem eu nem você passamos a existir espontaneamente. Nossos pais nos geraram. Hoje temos conhecimento de como se dá o surgimento de uma pessoas. A partir do momento em que o espermatozoide entre no óvulo, somente a partir dali é que existe uma nova vida. Todavia, a partir deste momento, a combinação dos cromossomos, ele passam a produzir seu desenvolvimento.
No novo nascimento espiritual é assim. O ser humano precisa de uma ação exclusiva do Espírito Santo para ter a fé salvadora. E uma vez exercida, inicia-se o processo de crescimento espiritual, a santificação processual, onde o individuo vai crescendo na fé, até alcançar a estrutura de varão perfeito, vai crescendo no conhecimento de Deus, para frutificar em toda boa obra.
Segurança do crente
"Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão" (v.28).
Há muitas coisas nas Escrituras que temos incapacidade de harmonizar. Uma dela é sobre a segurança do crente. Uns entendem que o crente, uma vez salvo, tem salvo-conduto para o céu. Outros entendem que o crente pode perder sua salvação.
Este verso não pode estar isolada do restante das escrituras. Uma certeza nós temos: as verdadeiras ovelhas jamais perecerão. O pronto é: quem são as verdadeiras ovelhas? As verdadeiras são aquelas que obedecem a voz do Pastor. Lamentavelmente, o que mais temos é ovelha falsa. O que mais temos nas igrejas é bode que se acha ovelha.
De fato, de acordo com a ciência, as ovelhas são descendentes de cabras, ou seja, as ovelhas um dia foram cabras. E, assim como na natureza, algumas cabras se tronaram ovelhas, mas nem todas, pois hoje temos cabras e ovelhas, na vida espiritual temos "ovelhas" e "bodes". E Jesus um dia irá separar os bodes das ovelhas.
Todas as nações serão reunidas diante dele, e Ele irá separar umas das outras, como o pastor separa os bodes das ovelhas. E posicionará as ovelhas à sua direita e os bodes à sua esquerda. Então, dirá o Rei a todos que estiverem à sua direita: ‘Vinde, abençoados de meu Pai! Recebei como herança o Reino, o qual vos foi preparado desde a fundação do mundo. Mas o Rei ordenará aos que estiverem à sua esquerda: ‘Malditos! Apartai-vos de mim. Ide para o fogo eterno, preparado para o Diabo e os seus anjos (Mt 25.32-34,41).
Nós não temos como saber um enigma: o crente pede a salvação ou não? Uns dizem que não e explicam que quando uma pessoa se afasta da Igreja (desviado) é poque na verdade ela nunca foi salva. Admito que esta é uma opção que tenta harmonizar a apostasia (1Tm 4.1). Todavia, a própria palavra apostatar significa abandonar aquilo que uma vez possuía. Muitos entendem que este verbo seria um exagero se de fato o apóstata nunca fora crente verdadeiro. Seria como dizer que alguém assassinou um defunto.
Contudo, uma coisa é inegável: o crente que pratica obras que são contrárias aos ensinamentos de Cristo, está dando mostras de que não é um verdadeiro crente. O crente que se diz crente mas vive como as pessoas que não são crentes, como por exemplo nas bebedeiras, nos vícios, nas imoralidades sexuais, nas mentiras e enganos (corrupção, roubos, furtos, etc), na idolatria (amor ao dinheiro, ganância), nas fofocas e intrigas, espalhando contendas entre irmãos; o crente que senta à roda dos escarnecedores, que negligencia o culto e devoção a Deus e a piedade cristã... está demonstrando que ainda é bode e não é ovelha.
Assim como aqueles líderes judaicos, que foram convencidos de que os milagres feitos por Jesus testificavam que ele era o Cristo e mesmo assim recusaram a confessar, são como os que frequentam as igrejas, são batizados, celebram a ceia, são dizimistas e atuantes, mas, continuam a viver uma vida comum a todo aquele que um cético.
Você é um bode ou uma ovelha? O que o seu comportamento testemunha de você? Se você soubesse que toda a sua vida, cada minuto e segundo dela, foi filmado, como você se sentiria se soubesse que o filme será exibido?
Todos nós temos coisas da qual sentimos vergonha. Todos temos "segredos" que queremos que fiquem trancadas. A diferença é que os verdadeiramente nascidos de novo estão em luta constante para abandonar tais práticas. Os que ainda não se tornaram ovelhas não se esforçam para isto. Na verdade, muitos deles pensam: eu já estou salvo. Eu sou um eleito de Deus.
Será?
Os verdadeiros filhos de Deus praticam as obras da luz. Suas obras são da luz? Caso haja uma ponta de dúvida em seu coração, sugiro uma oração:
Senhor, eu reconheço que até aqui não tenho conseguido ser um crente piedoso e santo. Minhas práticas de vida ainda testemunham contra mim. Tem misericórdia de mim, e me salve. Livre-me de minhas paiões carnais. Livra-me de minhas obras da carne. Dá-me forças para te servir e crescem em santidade.
Que o Senhor ouça a sua oração sincera!
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