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Dia 212 - Devemos testemunhar a "grandes" e "pequenos"


Passados alguns dias, o rei Agripa e Berenice chegaram a Cesareia a fim de saudar Festo. Como se demorassem ali alguns dias, Festo expôs ao rei o caso de Paulo, dizendo:

   — Félix deixou aqui preso certo homem, a respeito de quem os principais sacerdotes e os anciãos dos judeus apresentaram queixa, quando eu estive em Jerusalém, pedindo que o condenasse. Eu lhes disse que não é costume dos romanos condenar quem quer que seja, sem que o acusado tenha presentes os seus acusadores e possa defender-se da acusação. Assim, quando eles vieram para cá, sem nenhuma demora, no dia seguinte, assentando-me no tribunal, determinei que o homem fosse trazido. Levantando-se os acusadores, não mencionaram nenhum dos crimes de que eu suspeitava. Traziam contra ele algumas questões referentes à sua própria religião e particularmente a certo morto, chamado Jesus, que Paulo afirma estar vivo. Estando eu perplexo quanto ao modo de investigar estas coisas, perguntei-lhe se queria ir a Jerusalém para ali ser julgado a respeito disso. Mas, havendo Paulo apelado para que ficasse em custódia para o julgamento de César, ordenei que o acusado continuasse detido até que eu o enviasse a César.

Então Agripa disse a Festo:

   — Eu também gostaria de ouvir este homem.

   Festo respondeu:

   — Amanhã você poderá ouvi-lo.

De fato, no dia seguinte, vindo Agripa e Berenice, com grande pompa, tendo eles entrado na sala de audiência juntamente com oficiais superiores e homens eminentes da cidade, Paulo foi trazido por ordem de Festo.

Então Festo disse:

   — Rei Agripa e todos os senhores aqui presentes, vejam este homem, por causa de quem toda a multidão dos judeus recorreu a mim tanto em Jerusalém como aqui, clamando que não convinha que ele vivesse mais. Porém eu achei que ele não tinha feito nada que fosse passível de morte; entretanto, tendo ele apelado para o imperador, resolvi mandá-lo para lá. No entanto, a respeito dele, nada tenho de mais concreto que possa escrever ao imperador. Por isso, eu o trouxe à presença dos senhores e, especialmente, à sua presença, ó rei Agripa, para que, feita a arguição, eu tenha alguma coisa que escrever. Porque não me parece razoável enviar um preso sem mencionar, ao mesmo tempo, as acusações que existem contra ele. 

A seguir, Agripa, dirigindo-se a Paulo, disse:

   — Você está autorizado a falar em sua defesa.

Então Paulo, estendendo a mão, passou a defender-se nestes termos:

— Tenho-me por feliz, ó rei Agripa, pelo privilégio de, hoje, na presença do senhor, poder produzir a minha defesa de todas as acusações que os judeus fazem contra mim, especialmente porque o senhor é versado em todos os costumes e questões que há entre os judeus. Por isso, peço que o senhor me ouça com paciência. Quanto à minha vida, desde a mocidade, como decorreu desde o princípio entre o meu povo e em Jerusalém, todos os judeus a conhecem; pois, na verdade, eu era conhecido deles desde o princípio, se assim o quiserem testemunhar, porque, na condição de fariseu, vivi conforme o partido mais rigoroso da nossa religião. E agora estou sendo julgado por causa da esperança da promessa feita por Deus aos nossos pais, a qual as nossas doze tribos, servindo a Deus fervorosamente, noite e dia, almejam alcançar. É por causa dessa esperança, ó rei, que eu sou acusado pelos judeus. Por que se julga incrível entre vocês que Deus ressuscite os mortos? — Na verdade, eu pensava que devia fazer muitas coisas contra o nome de Jesus, o Nazareno; e foi exatamente o que fiz em Jerusalém. Havendo eu recebido autorização dos principais sacerdotes, encerrei muitos dos santos na prisão; e, quando os condenavam à morte, eu dava o meu voto contra eles. Muitas vezes, os castiguei por todas as sinagogas, obrigando-os até a blasfemar. E, demasiadamente enfurecido contra eles, eu os perseguia até em cidades estrangeiras. — Com isto em mente, parti para Damasco, levando autorização dos principais sacerdotes e por eles comissionado. Ao meio-dia, ó rei, enquanto eu seguia pelo caminho, vi uma luz no céu, mais resplandecente que o sol, que brilhou ao redor de mim e dos que iam comigo. E, caindo todos nós por terra, ouvi uma voz que me falava em língua hebraica:

 "Saulo, Saulo, por que você me persegue? É duro para você ficar dando coices contra os aguilhões!"

 Então eu perguntei: "Senhor, quem é você?" Ao que o Senhor respondeu: 

"Eu sou Jesus, a quem você persegue. Mas levante-se e fique em pé. Eu apareci a você para constituí-lo ministro e testemunha, tanto das coisas em que você me viu como daquelas pelas quais ainda lhe aparecerei. Vou livrar você do seu próprio povo e dos gentios, para os quais eu o envio, para abrir os olhos deles e convertê-los das trevas para a luz e do poder de Satanás para Deus, a fim de que eles recebam remissão de pecados e herança entre os que são santificados pela fé em mim."

— Assim, ó rei Agripa, não fui desobediente à visão celestial, mas anunciei primeiramente aos de Damasco e em Jerusalém, por toda a região da Judeia, e também aos gentios, que se arrependessem e se convertessem a Deus, praticando obras dignas de arrependimento. Por causa disto, alguns judeus me prenderam, quando eu estava no templo, e tentaram me matar. Mas, com a ajuda de Deus, permaneço até o dia de hoje, dando testemunho, tanto a pequenos como a grandes, nada dizendo, a não ser o que os profetas e Moisés disseram que ia acontecer, isto é, que o Cristo devia padecer e, sendo o primeiro da ressurreição dos mortos, anunciaria a luz ao seu próprio povo e aos gentios. 

Quando Paulo estava dizendo estas coisas em sua defesa, Festo o interrompeu, gritando:

   — Você está louco, Paulo! Ficou louco de tanto estudar!

Paulo, porém, respondeu:

   — Não estou louco, ó excelentíssimo Festo! Pelo contrário, digo palavras de verdade e de bom senso. Porque tudo isto é do conhecimento do rei, a quem me dirijo com franqueza, pois estou persuadido de que nenhuma destas coisas lhe é oculta, pois nada se passou em algum lugar escondido. Por isso, pergunto: Rei Agripa, o senhor acredita nos profetas? Eu sei que o senhor acredita.

Então Agripa se dirigiu a Paulo e disse:

   — Por pouco você me convence a me tornar cristão.

Paulo respondeu:

   — Peço a Deus que faça com que, por pouco ou por muito, não apenas o senhor, ó rei, mas todos os que hoje me ouvem venham a ser alguém como eu, mas sem estas correntes.

A essa altura, levantou-se o rei, e também o governador, e Berenice, bem como os que estavam assentados com eles. E, ao saírem, falavam uns com os outros, dizendo:

   — Este homem não fez nada passível de morte ou de prisão.

Então Agripa se dirigiu a Festo e disse:

   — Este homem bem podia ser solto, se não tivesse apelado para César 

 Atos 25.13 a 26.32


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Imagem:https://aulazen.com.br/historia/agrippa-ii-enciclopedia-do-novo-mundo/

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