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Jesus condena o legalismo, a avareza e a hipocrisia

 Em Lucas 16.1-15 lemos a parábola de um mordomo que estava executando mal o seu serviço. É uma parábola difícil, pois quando o mordomo recebe seu aviso prévio, ele passa a diminuir o valor devido de alguns que tomaram empréstimo de seu patrão. Jesus faz um elogio a ele e fica a sensação de que este elogio se dá a um homem que age desonestamente. Mas, o que exatamente a parábola ensina? Eia aqui a minha opinião.


Na parábola o mordomo não foi demitido porque corrupção, mas por desperdiçar os recursos do patrão. 

Como mordomo, ele poderia administrar livremente os recursos, portanto, inflar os preços ou dar descontos, estava dentro de sua função. Em tempos de crise, os credores podiam dar descontos nas dívidas, para serem vistos como benevolentes. Estes descontos entravam na conta de perdas (por exemplo, um pote quebrou e o azeite se perdeu).

Sem dúvida alguma, a atitude do mordomo é elogiável. Mas o que a parábola condena? Legalismo, avareza e hipocrisia.

Os líderes religiosos de Israel, como administradores da riqueza espiritual de Deus, tornaram a prática religiosa um legalismo cruel. A natureza humana é como o tempo de crise econômica: o pecado torna a riqueza de Deus impossível de ser alcançada. Portanto, agir com graça (não punir o pecado merecido) e misericórdia (não dar a punição merecida) é um gesto de benevolência. Jesus disse para a mulher flagrada em adultério: eu não te cobro essa dívida. Mas não volte a contraí-la. 

A avareza é condenada nesta parábola de forma clara nas palavras “não podeis servir a Deus sendo escravos de Mamon” (v. 13 – paráfrase minha). 

Neste caso, tanto o legalismo alimenta a avareza como a avareza depende do legalismo. “O amor ao dinheiro é a raiz de todos os males” (1Tm 6.10). 

A hipocrisia está na ação da maioria dos fariseus pelo fato de eles tentarem justificar seu apego ao dinheiro (e ao poder) como um serviço a Deus. Em Mc 7.1-13 temos um claro exemplo de como eles corromperam a Lei para conseguir mais dinheiro. Pela Lei, os filhos deviam sustentar os pais na velhice, mas os fariseus diziam que se a ajuda devida aos pais fosse devotada a Deus, entregando-a ao templo, estariam isentos da punição da Lei, “invalidando a palavra de Deus por meio da tradição que vocês mesmos passam de pai para filho” (v.13).

Portanto, a parábola não tem nada a ver com Jesus elogiando atitudes desonestas. Jesus está condenando o legalismo religioso, a avareza a atitude hipócrita que impede a ação de graça e misericórdia que todo salvo recebe de Deus.


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