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A despedida de Paulo em Mileto


Garden Of Praise
Lucas, na condição de testemunha ocular, registra em At 20.13-38 detalhes da partida da equipe de Paulo. Eles saíram de Trôade na segunda-feira pela manhã, com destino a Assôs. Paulo por terra e o restante de navio. No dia seguinte, terça-feira, em Assôs, Paulo embarca com destino a Mitilene, passando por mais dois portos, desembarcam na quinta-feira em Mileto.
A Equipe fica em Mileto por pelo menos 4 dias. Paulo manda chamar os líderes espirituais da cidade de Éfeso que fossem se encontrar com ele. Chegando os presbíteros em Mileto, Paulo lhes dá suas últimas instruções.

Relembra seu ministério, seus sofrimentos e lutas. Sua integridade em nunca faltar com suas responsabilidades. Exorta os pastores a serem fiéis e seguirem seu exemplo e os alerta, profeticamente, dos perigos e dos inimigos que se levantariam, até mesmo no meio deles próprios.
Finalmente, se despede deles, prevendo os mais sofrimentos para si mesmo, alertando que nunca mais eles se encontrariam novamente. Isto causou profunda tristeza a todos. Finalmente, Paulo segue viagem rumo a Jerusalém.

Eu queria extrair daqui três princípios fundamentais para a Igreja

1- Liderança
No verso 17 Paulo manda chamar os presbíteros da Igreja em Éfeso. O que temos aqui é um modelo de liderança para toda a Igreja em todos os tempos.

a) Plural - note que Paulo não chama o pastor local, mas utiliza o plural, ou seja, são pelo menos dois pastores. Todavia, o relato lucano nos permite suspeitar que eram mais que somente dois.
Eu poderia falar de bases bíblicas sobre isto. Jesus escolheu doze apóstolos e não apenas um. É verdade que Pedro liderou o grupo dos 12, no entanto, Pedro não era um maioral. A liderança era dividida. Notamos em Atos 15 que Tiago presidiu o Concílio de Jerusalém.

b) Masculina - Em toda a Bíblia, somente homens foram ordenados e ungidos para ocuparem a posição de líder espiritual, da nação de Israel e da Igreja.

2- Os alertas de Paulo
a) Que os pastores cuidem de si e do rebanho - Os líderes espirituais devem ter a disciplina para promover o crescimento espiritual, primeiro deles mesmos e também do rebanho. Estudo, meditação e leitura bíblica, bem como a oração e o culto congregacional são as formas de se crescer espiritualmente (Cl 1.9,10).

b) Lobos - Estes se levantam de todos os lados. Os piores são os de dentro. São os mais difíceis de se combater. É necessário sabedoria, prudência, dons do Espírito (Mt 10.16,17; 1Co 12.8-10).

2- Pregação do evangelho - testemunhar

Em Mt 28.19 a Igreja é convocada para ensinar e discipular. Em At 1.8 somos ordenados a testemunhar. O termo testemunha refere-se a testemunha de tribunal, que é impedida pela lei de deixar de relatar o que sabe e é proibida de faltar com a verdade. A Ideia é que a testemunha é penalizada se não falar o que sabe.

3- De casa em casa (v.20)
Sabe-se que nos primeiros 300 anos a Igreja não possuía templos. O evangelho foi pregado tanto em locais públicos quanto, e principalmente, nas casas. Somos informados que as Igrejas se reuniam em lares, como é o caso de Colossenses.

A prática de ensino nas casas nunca foi abandonada, mas em certos períodos, diminuiu muito. A partir nos anos 90 em nosso pais, retomou-se a prática de cultos de ensino em casas. E na atualidade, esta é uma excelente forma de promover o crescimento da Igreja.

Conclusão
Há muitas instruções nas escrituras que não são mandamentos claros e diretos, mas princípios. Princípios basilares que limitam ou orientam nossas ações, sem contudo nos engessar. Modelos de liderança é um deles, como vimos.

Nada impede a Igreja de se reunir em templos. Mas a verdade é que a Igreja não precisa de uma estrutura física para existir. Qualquer lugar é um lugar. E não existe melhor lugar do que a nossa casa. Quem dera se a casa de cada um de nós fosse uma igreja local!



Imagem: https://gardenofpraise.com/bibl71s.htm

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