A doutrina da Igreja

Eclesiologia

A – Definição

A palavra Igreja, do grego eclésia, significa literalmente: “assembleia ou grupo chamado para fora”.

B – O que Igreja não significa

Edifício, ou prédio – Costumamos nos referir ao prédio onde nos reunimos para os cultos. Porém a palavra não se aplica à construção.
Não é judaísmo – apesar da história da Igreja estar ligada aos judeus, pois Jesus era judeu, bem como os primeiros Cristãos.
Não é o Reino de Deus – O conceito de Reino está ligado a Israel. A Igreja é a Noiva de Cristo. Para saber mais, consulte o tema Escatologia.

C – Conceito local e mundial

A Igreja pode ser vista de dois pontos diferentes.

Local - É a assembleia de convertidos, que professam sua fé e são batizados de acordo com a Bíblia, organizados para por em prática o mandato de Cristo conforme Mt 28-18-20. Suas características são:
- Ela é visível (tem um endereço)
- Formada pelos cristãos que estão vivos
- Diferentes denominações com muitas igrejas locais
- Diferentes tipos de governo
Global – É o corpo de Cristo formado por todos aqueles que tornaram salvos em todo o mundo, desde os primeiros cristãos até aqueles que serão arrebatados por Cristo na ocasião da sua segunda vinda. Contém todas as igrejas locais.
- Ela é invisível (não tem um endereço)
- Formada pelos crentes vivos e pelos que já morreram
- Não tem uma denominação específica
- Cristo é o Cabeça (governo)

D – Igreja local e sua organização

A Igreja é formada pela sua liderança e por seus membro. Há diferentes tipos de governos nas diferentes denominações evangélicas:

Episcopal - as igrejas locais estão submissas a um único líder máximo.
Federativo - as igrejas locais estão submissas a um Conselho de Líderes máximo.
Congregacional - as igrejas locais estão submissas à assembleia de seus membros.

Cada denominação emprega diferentes termos para nominar seus líderes: Presbíteros, Apóstolos, Pastores, Missionários, Evangelistas, Diáconos etc.

E – Ordenanças

Existem muitos costumes nas igrejas locais, alguns bons outros nem tanto, mas não se pode confundi-los com as ordenanças de Jesus.

a) Ceia do Senhor – 1Co 11.23-26 – O significado da ceia é um memorial à morte de Cristo. Ao participarmos da ceia estamos nos lembrando da morte de Cristo em nosso favor. Para os batistas a concepção Memorial diz que Cristo não está presente seja física ou espiritualmente nos elementos. A ceia não confere bênção ao participante (sacramento). Os elementos da Ceia estão para a Igreja assim como o anel de noivado estão para os noivos. É um memorial de compromisso: da parte de Cristo, que ele vai voltar; da nossa, que permaneceremos fiéis aguardando sua volta. Há três concepções, ao nosso ver, equivocadas.

Transubstanciação: o vinho se transforma no sangue o pão no corpo de Cristo, literalmente.
Consubstanciação: o sangue e o corpo de Cristo estão presentes misturados aos elementos pão e vinho.
Presença mística: o vinho e o pão são um memorial, e Cristo está presente espiritualmente nos elementos.

b) Batismo – significa a identificação com um grupo. No sentido espiritual significa a nossa morte para a velha natureza e o ressurgimento para a nova natureza em Cristo. O batismo não é condição para a salvação (veja o caso de “bom” ladrão que lhe foi prometido por Jesus estar no paraíso sendo que aquele não teve a oportunidade de batizar-se). A forma bíblica do batismo é por imersão, começando pela etimologia da palavra, baptizo, que significa literalmente imersão. Entretanto, algumas denominações cristãs o praticam por aspersão (jogar agua na cabeça).

Ainda com relação ao batismo, não há unanimidade em relação à idade do batizando. Algumas correntes teológicas não acham correto batizar pessoas muito jovem, outra sim. Também não há consenso quanto a idade em que a pessoa “perde” a inocência. Um meio termo é aceitar o batismo das pessoas a partir do momento em que ela tem consciência de que é pecadora, do que é pecado e de que confessa a Jesus publicamente.

Imagem: https://apologistasdafecatolica.wordpress.com/