Subscribe Us

Pastor, eu sou gay!



РPastor, eu sinto atra̤̣o ̩ por homens, ṇo por meninas!

Fred tinha apenas 16 anos quando disse esta frase para mim. Sentado à frente da mesa do gabinete pastoral, por mais que toda a congregação sempre achasse estranho o jeito meigo e delicado de Fred, ele estava na igreja desde o nascimento. Ninguém, nem mesmo eu, acharia que isto fosse possível. Por alguns segundos, que pareceram horas, enquanto me refazia do susto, por minha cabeça passou como um filme em fast forward desde o dia em que apresentei aquele bebê a Deus.
– Bem... É... É... – Eu não sabia o que dizer. Eu não estava pronto para isso.
É muito fácil atacar o homossexualismo no púlpito, mas quando me vi diante de um jovem, dizendo o que disse, em meu gabinete pastoral, confesso que tremi por dento.

– Pode falar pastor, acho que estou preparado para qualquer coisa – me interrompeu Fred.

– Veja bem, não é isto. É que você me pegou de surpresa.

Na verdade eu não tinha nada para dizer. Eu conhecia aquele menino. Sempre deu um excelente testemunho, talvez o melhor dos crentes da minha congregação. Orava muito bem, participava dos evangelismos. Conhecia a Bíblia melhor do que todos os diáconos juntos. Cantava que era uma bênção! Como pode ser isto?

РBem Fred Рtentei come̤ar de novo Рtenho de confessar que estou desarmado. Vamos orar agora e marcamos outro dia. O assunto ̩ complicado e ṇo vamos resolv̻-lo agora. Penso que se voc̻ veio aqui ̩ porque quer algum tipo de ajuda.

Enquanto dizia isto, olhei nos olhos dele e pude sentir que ele queria exatamente ouvir o que acabara de dizer.

– Podemos nos falar na próxima sexta – falei quase imperativamente. Você conversou com mais alguém sobre o que acabou de me contar?

Meu medo de ele dizer sim foi enorme, mas para meu alívio, ele balançou a cabeça em sinal de negativo. Então, oramos e nos despedimos.

Depois de alguns encontros, onde tentei ganhar tempo procurando colegas mais antigos, psicólogos pastores e apelando para Deus por um milagre mosaico, como não via luz no fim do túnel, eu tive a coragem de perguntar:

– Você já... – Balancei a cabeça, franzi a testa, esperei alguns segundos...

РṆo!

Por dentro eu disse: ufa! Então continuei.

– Eu não sei dizer porque isto acontece. Eu percebi toda a sua sinceridade mas para muitas coisas eu não tenho resposta. Como já te disse antes, eu quero compreender você. Eu mais do que ninguém posso testemunhar que você é um convertido ao Senhor. Eu tomei sua profissão de fé e te batizei. Infelizmente não sei explicar por qual razão seus sentimentos estão distorcidos. Mas eu quero te ajudar.

Fred me olhou com carinho. Mas antes que dissesse algo, fui em frente.

– Se você já tivesse tido relacionamentos, não sei o que seria de mim para aconselhar você, mas graças a Deus, acho que temos uma porta de escape.

Pesquisei em tudo quanto tive acesso. Ouvi gente dizer que homossexualismo é natural, é genético, é sem-vergonhice. Outros dizem que é demônio e outros que é a criação dada à criança. Sinceramente... Acho que pode ser tudo isto. E muito mais.

No caso de Fred chegamos a um consenso. Ele prometeu se manter celibatário e usar toda sua vida a serviço do Senhor, ou até que ele chegasse a um entendimento ou cura, sei lá.

Lembro de ter dito a ele que deveríamos ficar com o que temos revelado na Bíblia. O que a Bíblia condena veementemente é o ato homossexual. Como no caso de Fred ele não havia nem vivia um relacionamento homossexual, achamos que esta era a melhor solução para nós.

Ele prometeu não se envolver com garotas, pois isto poderia ser um refúgio furado, podendo não resolver o seu problema e magoar alguém. O fato é que faz 12 anos que ele está envolvido em trabalhos sociais, servindo a Deus, evangelizando e sendo uma bênção.

Se ele se curou da atração por homens? Não sei. Nunca perguntei nem ele me disse mais nada. Acho que ele vive um dia de cada vez. E eu oro, um dia de cada vez, por ele.

Ele vai para o céu? Não sei. Quem sabe é Deus. Se eu julgar pela sua confissão de fé, que permanece até hoje, pelos frutos que ele produz, tenho certeza que vamos no mesmo ônibus.



Ps.: Não deixe de ler:

NOTA: reconhecemos que o termo Homossexualismo não é correto. Entretanto mantemo-lo aqui para preservar a historicidade do texto

Postar um comentário

1 Comentários

  1. Para entender o que vou falar leiam o livro: GERARD). M. VAN DEN AARDWEG, PH.D. A BATALHA PELA NORMALIDADE SEXUAL,através dele pude perceber meus ciúmes, meu desejo pela masculinidade de outrem, minha passividade, submissão diante de um homem, principalmente mais velho, porém desde que tenha algo na aparência e na masculinidade que o meu ego infantil não tenha, ou melhor, acha que não tem. Enfim, estou usando a hiper dramatização e tentando achar humor no meu eu infantil. Percebo que o eu neurótico com sentimento de inferioridade da sexualidade, se sente inferior aos seus pares, mas para compensar ele pensa ser especial pelo seu jeito, intelecto, sei lá, algo que o faz suportar seus próprios sentimentos de inferioridade, bem como o desprezo, gozações e sentimento de não pertença que recebe dos seus iguais(homens). Para combater isso, lógico que não é fácil, mas se o fosse não teria graça. Primeiro tente fazer parte de um grupo do seu sexo, sem segundas intenções, tipo futebol, luta, turma do gole, videogame. Depois analise seus sentimentos e os repreenda, corrija, tipo “ nossa como ele bonito,maravilhoso”, reformule: ele é bonito, mas não é perfeito, não é nenhum deus, eu também tenho várias qualidades, não sou melhor, nem pior, como homem tenho o mesmo valor. Perdoe constantemente seus pais(seja pela interferência da mãe ou distância emocional, fraqueza, estupidez do pai). Nem tudo que está no livro me define, mas como literatura sobre esse assunto é escasso, vou usar ele como “guia". Além desse livro, pesquisei algumas coisas na internet, depoimentos de ex-gays, e cheguei a conclusão que devo evitar o máximo de pornografia, quanto a masturbação tentei ficar 90 dias sem, mas consegui no máximo dois meses, entretanto o que é fundamental é não associar seu prazer(masturbação) com pornografia. Resumindo, a masturbação que induz a pensar só em seu próprio prazer, já a pornografia te faz perder o interesse/libido no real, pois nos vídeos as pessoas, o sexo é muito mais excitante e viciante.(Isso não necessariamente está vinculado ao homossexualismo, mas a vida sexual). Tem algumas semanas que quase não sinto interesse por nenhum homem e meu desejo por mulheres aumentou um pouco, vou postando minhas evoluções, mas não é receita de bolo, só estou tentando ajudar.

    ResponderExcluir

Não use palavras ofensivas.