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Cristianismo sem religiosidade

simbolos religiosos Fl 3.1-11* -  Cristianismo não é religião, apesar de ter aspectos religiosos. Por isso, é muito fácil um cristão se converter num religioso. Mas como podemos nos livrar deste perigo?

Contentar-se com a singeleza do Evangelho
Quem está contente é porque está satisfeito com algo. O contentamento é uma ação e não uma reação. Alguém pode ter tudo e não estar contente, satisfeito. Por outro lado, uma pessoa pode não ter quase nada, e ainda assim estar contente, satisfeito, por isso, alegre.

O apóstolo começa o capítulo 3 afirmando que está concluindo sua carta e repete mais uma vez a recomendação para que os filipenses alegrassem-se no Senhor. Isto não era enfadonho para Paulo e serviria para reforçar o conceito na mente e no coração dos irmãos.

Alguns conceitos parecem simples, mas precisam ser reforçados continuamente. Especialmente nos momentos de lutas e provações, nossa tendência é esquecer a fidelidade de Deus, concentrar-nos nas dificuldades, o que pode levar à tristeza  e esta, por sua vez, contaminar todo o grupo, deixando todos à mercê de qualquer oportunista. Paulo tinha em mente, como fará nos versos seguintes, prevenir os filipenses dos aproveitadores, que vendem um evangelho distorcido. Verdadeiros parasitas que, como no corpo humano, ataca quando se está com a imunidade baixa. A alegria no Senhor e a nossa força.

Os aproveitadores
Paulo chama os judaizantes de cães. Há fontes que afirmam ser o cão um animal imundo e no Novo Testamento, as referências são negativas. A ideia que Paulo se refere é de falsidade, hipocrisia e canalhice. Naqueles tempos, os judeus praticavam o proselitismo. O judaísmo era a única religião monoteísta até então, mas os rigores da Lei não tornava fácil o trabalho de “evangelização” judaica. Com o advento do cristianismo, pelo fato de ter começado com judeus e adorarem o mesmo Deus, o trabalho foi facilitado.

Como os apóstolos e primeiros cristãos convertiam os pagãos, os judaizantes iam pesca no aquário alheio. No entanto, suas práticas exteriores e sua religiosidade vazia eram justamente o que o Evangelho de Cristo condenava. Os judaizantes, com sua aparente religiosidade, se aproveitavam do trabalho árduo dos apóstolos, era-lhes justo o adjetivo que Paulo lhes qualifica.

A verdadeira circuncisão é a do coração (Rm 2.29; Cl 2.11). Paulo, nos versos seguintes, faz um pequeno relato biográfico mostrando que possuía todas as qualificações para exigir religiosidade aparente de seus discípulos e filhos na fé. Entrementes, ele considera toda a sua excelência religiosa como fezes. A Igreja está cheia de gente assim. Muitos se acham superiores em função de sua “espiritualidade”, de sua “santidade” ou de sua capacidade de ser isto ou aquilo. Não é isto o que conta para Cristo. O que importa de verdade é conhecer a Cristo e o seu poder. Se Paulo se valia do hebraísmo conhecer, ele poderia estar se referindo a intimidade profunda, a um relacionamento completo, não uma relação distante.

A comparação que posso fazer é esta: uma pessoa trabalha em uma empresa multinacional, com mais de mil funcionários. Ele é apenas o porteiro da entrada principal, que está ali toda vez que o presidente entra. Dá-lhe bom dia e recebe um aperto de mão, e nas festas de fim de ano, seu nome é citado pelo presidente. Aqui temos um tipo de relação.

O porteiro pode dizer que conhece o presidente. Mas é diferente quando ele diz que conhece o seu filho, ou a sua esposa, com quem já convive a mais de 50 anos. Ao dizer: “eu conheço meu filho” é diferente de dizer “eu conheço o meu presidente”.

E o resultado disto é a ressurreição para a vida eterna. É deste poder que Paulo fala e é isto que ele espera. Se levarmos em conta que ele tinha, ainda que remota, a possibilidade de ser morto naquele momento, era muito real para Paulo a expectativa de viver este poder. Concluindo, a aplicação para nós hoje é:
a)    Não nos tornamos cães – qualquer um pode perder de vista o propósito pelo qual foi chamado por Cristo e torna-se um cão.
b)    Não se deixar levar pelos cães – infelizmente eles estão em todo lugar. Observar o que diz a Bíblia é fundamental para nos manter longe deles.



*Finalmente, meus irmãos, alegrem-se no Senhor! Escrever-lhes de novo as mesmas coisas não é cansativo para mim e é uma segurança para vocês. Cuidado com os cães, cuidado com esses que praticam o mal, cuidado com a falsa circuncisão! Pois nós é que somos a circuncisão, nós que adoramos pelo Espírito de Deus, que nos gloriamos em Cristo Jesus e não temos confiança alguma na carne,
embora eu mesmo tivesse razões para ter tal confiança. Se alguém pensa que tem razões para confiar na carne, eu ainda mais:
circuncidado no oitavo dia de vida, pertencente ao povo de Israel, à tribo de Benjamim, verdadeiro hebreu; quanto à lei, fariseu;
quanto ao zelo, perseguidor da igreja; quanto à justiça que há na lei, irrepreensível. Mas o que para mim era lucro, passei a considerar perda, por causa de Cristo. Mais do que isso, considero tudo como perda, comparado com a suprema grandeza do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, por cuja causa perdi todas as coisas. Eu as considero como esterco para poder ganhar a Cristo
e ser encontrado nele, não tendo a minha própria justiça que procede da lei, mas a que vem mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus e se baseia na fé. Quero conhecer a Cristo, ao poder da sua ressurreição e à participação em seus sofrimentos, tornando-me como ele em sua morte para, de alguma forma, alcançar a ressurreição dentre os mortos. Filipenses 3:1-11

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