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Liderança Cristã: marca importante de uma igreja saudável

Será que a igreja local que frequento é boa, é saudável? O que diferencia uma igreja saudável de uma igreja doente? Uma igreja saudável é uma igreja perfeita? Os primeiros quatro versos do capítulo 5 de 1Pe nos tem muito a ensinar sobre isto.

  1. Um modelo de liderança eclesiástica praticada nos dias da velhice do apóstolo.
  2. Qualificações fundamentais para o exercício da liderança.
  3. Prêmio para os que cumprirem bem o seu papel.

1- Um modelo de liderança eclesiástica.
Atualmente são três os principais modelos de liderança eclesiástica cristã: episcopal, federativo e congregacional.

A Bíblia compara a Igreja de Cristo a um corpo (organismo) humano (1Co12-31). Sendo assim, se a Igreja, universalmente falando é o corpo completo, ela é o resultado de todas as “células” que, quando juntas, formam o organismo.

Num corpo humano, grupos de células diferentes formam um tecido diferente. Desta maneira as células ósseas formam os ossos; as células epiteliais formam a pele. E assim por diante.

A Igreja de Cristo é então a combinação de várias “células”: as igrejas locais. E para que haja organização, disciplina, governo, nós homens criamos tipos diferentes de maneiras de governar. Assim temos:

  • Episcopal – é o modelo onde um homem comanda todas as igrejas locais. O poder de decisão está nas mãos dele e, em algumas denominações, ele é inquestionável. É quase como se Deus estivesse personificado nele. As igrejas locais se unem em forma de pirâmide, sendo que o topo é este líder máximo.
  • Federativo – é o modelo parecido com o episcopal, no entanto o poder decisório não se concentra em um homem apenas, mas num grupo de homens. Um colegiado.
  • Congregacional – não há um homem comandando, mas as decisões são definidas pela maioria dos membros da igreja local. A Assembleia.

A bíblia não chancela um ou outro. Observamos em muitas cartas de Paulo que, nas igrejas locais plantadas por ele ou por discípulo seu, ele exercia uma autoridade apostólica. Ele era o Bispo desta igreja, mesmo distante; mesmo na cadeia.

Porém o mesmo Paulo, em At 20 dá instruções aos presbíteros (líderes) da igreja local em Éfeso. E, em Apocalipse 2 e 3 vemos o Senhor Jesus escrever ao anjo da igreja, que todos concordam permite a interpretação de que se refere ao pastor local.

O importante em relação ao modelo adotado é que todos têm suas virtudes e seus vícios; facilidades e dificuldades. No entanto, se as pessoas, tanto líderes quanto liderados, tiverem em Jesus o Supremo Pastor, tudo vai bem.

2- Qualificações para os líderes.

Apascentar o rebanho – Pedro reproduz as palavras de Cristo, que lhe disse: “apascenta as minhas ovelhas” – Jo 21.15-17. Por apascentar temos em mente a figura do pastor nos tempos bíblicos.
Normalmente o pastor não era o dono do rebanho. Ele era contratado para cuidar das ovelhas de outro. E isto consistia em basicamente levar para o pasto, para as fontes de águas, tosquiar, cuidar das doentes e proteger contra os predadores.

Este é o trabalho do líder eclesiásticos. A Bíblia é pão; a Bíblia é água. Os liderados precisam ser tosquiados para ser retirado as grossas camadas de filosofias e sofismas mundanos. Além disso precisam ser protegidas dos predadores que querem devorá-las: seitas, heresias, gananciosos...

Voluntariamente – o exercício da liderança deve ser voluntário. E um dos pressupostos fundamentais do voluntariado é a automotivação. Voluntário que é voluntário faz o que tem que fazer sem que precise  um outro a motivá-lo, a incentivá-lo. Por isto Pedro adiciona: “não por força”. Pode ser interpretado tanto como por alguém forçando outro na marra, ou como sendo usado subterfúgios, constrangimentos, apelos emocionais, etc.

O líder que depende de “uma palavra de incentivo” constantemente, ou que exerce esta liderança esperando um “parabéns” toda semana já não faz voluntariamente, mas sim aguardando uma recompensa.

Vale dizer que não sou contra palavras de incentivo e reconhecimento. Procuro dar estes elogios aos meus liderados. Ainda que seja um muito obrigado, de vez em quando. A questão é que o voluntário, o líder, não deve se desmotivar caso nunca receba um elogio.

Segundo a vontade de Deus – Ou seja, o líder precisa procurar entender e conhecer o que Deus deseja para o rebanho Dele. O líder não deve sempre pressupor que, por causa de sua condição, somente ele sabe o que é melhor. Antony D’Souza, em seu livro Como tornar-se um líder, ensina que o líder existe para satisfazer as necessidades do grupo. E quem melhor conhece as necessidades (não os caprichos) das ovelhas senão o Dono das ovelhas?

O papel do líder é investir tempo em oração, devocional, estudo da Bíblia e de seu próprio povo para então apascentar segundo a vontade de Deus.

Nem por torpe ganância – É o que menos se vê hoje em dia. Depois que a famigerada teologia da prosperidade contaminou muitos, senão quase todos, quantos líderes importantes não se venderam por causa do dinheiro? Mas, evidente que a ganância aqui não se trata apenas do vil metal. Fama, sucesso, reconhecimento, popularidade, poder, influência... E estes pecados não são exclusivo somente àqueles que lideram multidões. Mesmo em igrejas pequenas ou pequenos grupos o vírus da ganância e da vaidade pode afetar promissores líderes.

Nem como dominadores – A maioria dos que querem alcançar um posto de liderança o querem para poder mandar. No mundo é assim: “Os reis dos gentios dominam sobre eles, e os que sobre eles exercem autoridade são chamados benfeitores” – Lc 22.25. Somos levados a ambicionar a liderança como uma oportunidade de “agora eu mando e você obedece.

“Mas vós não sereis assim; antes o maior entre vós seja como o mais novo; e quem governa como quem serve” – Lc 22.26.

Pedro me dá a entender que o antídoto para isto é sendo exemplo para o rebanho. Ele aprendeu direitinho o que Jesus ensinou: “Tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei-o vós a eles” -  Mt 7.12.

3- O Prêmio

Imarcescível coroa – Amaranto é uma planta que não murcha. Mesmo arrancada, se lhe jogam água, ela floresce novamente. Pedro usa esta palavra, traduzida por imarcescível, a fim de consolar o coração dos líderes cristãos.

Neste mundo, dificilmente recebemos algum reconhecimento ou prêmio por fazer a vontade de Deus. A pregação da Palavra de Deus se resume numa sentença: “arrependei-vos e crede no evangelho”.

O arrependimento vem antes de crer. E para se arrepender, é preciso reconhecer que é pecador. E para se reconhecer o pecado, é preciso ser convencido dele. E para isto, o líder tem que pregar sobre o pecado e isto não é nada popular. Ninguém, nem mesmo aquele que se arrepende gosta de ouvir sobre seus próprios pecados.

Não apenas por causa da impopularidade o líder não deve esperar prêmio deste mundo. Mas é uma das razões para se ter certeza de que ele não virá.

Contudo, o melhor motivo é porque o prêmio a ser recebido na Glória nunca perecerá, ao contrário de qualquer outro que se receba neste mundo. Tudo aqui vai perecer! Mas a Coroa eterna jamais perecerá e é esta que o líder deve almejar.

Conclusão
A Igreja de Cristo precisa de líderes. E não é qualquer tipo de líder. Você almeja a liderança cristã? Então preste a atenção nestes requisitos divinos. Eles são imprescindíveis.

Você procura uma igreja local sadia, saudável? Olhe se os líderes desta igreja se enquadram nestes requisitos. Se não, fuja de desta igreja. Se sim, não espere perfeição, mas saiba que Deus o tem dado o privilégio de pertencer a um grupo seleto, onde poucos tem tido a “sorte” de estar.

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