Nos primeiros versos de Atos 20 Paulo sai de Éfeso. A partir de agora veremos a jornada do apóstolo até sua prisão em Roma. Neste percurso, Lucas registra alguns fatos. Nos versos de 1 a 6 eu encontrei quatro pontos de meditação que nos ensinam preciosas lições para praticá-las em nosso dia a dia.
Na perícope, concluímos que imediatamente cessado o tumulto (relatado no cap. 19), Paulo decide partir. Por quê?
1- Percebeu que havia se esgotado o número dos convertidos?
Em Mc 6.11 Jesus ensina que quando uma cidade recusasse conscientemente o Evangelho, ela deveria ser considerada imunda, indigna. Os discípulos foram orientados a saírem dela e em sinal de protesto, sacudir o pó dos pés.
Em Mt 7.6 Jesus nos diz para não ficar perdendo tempo em pregar para o impiedoso e inconverso. Há pessoas que entendem a mensagem do evangelho e deliberadamente recusam. Elas são imundas como os porcos e não se deve perder tempo com elas.
Estas duas situações nos indicam que há pessoas que recusarão deliberadamente curvarem-se ao Evangelho. São os impenitentes. São aqueles que “pecam contra o Espírito”. Somos então encorajados a não ficar perdendo tempo com os tais.
2- Sentiu que o seu tempo em Éfeso terminou?
De Éfeso Paulo escreve aos Coríntios. E nestas cartas temos alguns detalhes da estadia dele junto aos efésios. Ele fazia planos de percorrer de novo as regiões da Macedônia e a Acaia. Mas é possível que o tumulto registrado em Atos 19 tenha sido fundamental para chegar a esta decisão.
Normalmente, quando as coisas vão bem, nos sentimos dentro da zona de conforto. Ninguém quer deixar o conforto. Em Éfeso Paulo exercia seu ministério com relativa paz. Ali ele operou muitos milagres e foi muito bem aceito. Até que chegou o dia deste tumulto.
Se a vontade de Deus para Paulo era de que ele percorresse o mundo anunciando o evangelho, o conforto em Éfeso poderia estar fazendo os retardar sua saída. Deus estaria assim usando a confusão para dizer a Paulo: “a hora da partida chegou. Vai!”
3- Sentiu medo?
Paulo confessa que sentiu medo e talvez até sofreu depressão por causa dos problemas e tribulações (2Co 4.7-12; 7.5). As perseguições e até as torturas físicas lhe causaram dor na alma também. Isto é mais que aceitável. O capítulo 19 de Atos indica que a situação virou de uma hora para outra e o ódio contra Paulo era irracional. É aceitável pensar que mesmo com toda a intimidade que ele tinha com Deus, sentiu medo, pavor. Fugir seria mais que compreensível.
4- Percebeu que sua presença ali poderia trazer problemas para os crentes efésios?
Ficou claro que a presença de Paulo em Éfeso se tornou um problema para a Igreja. Os tumultuadores atribuíram a ele a responsabilidade. Paulo entendeu que se ele permanecesse ali poderia representar um perigo para seus discípulos. Sair da cidade acalmaria as coisas.
Tantas outras hipóteses poderiam ser consideradas. Contudo, para aquele que de fato ama a Deus e busca sempre fazer a vontade de Cristo, “Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito” (Rm 8.28).
Aplicações práticas
1- Discernimento na evangelização
Precisamos pregar o evangelho a toda criatura. Mas nem todos serão salvos. É claro que é muito difícil fazer este discernimento. Muitas vezes erramos e desistimos de pessoas que mais tarde outros pregam a elas e obtêm sucesso. No entanto, a verdade é que quando uma pessoa não é convertida não é porque Deus a rejeitou simplesmente, ou que ela foi predestinada para a perdição. O que a Palavra nos ensina é que a pessoa que vai para a condenação eterna vai por sua pessoal e deliberada decisão.
Outro ensinamento que tiramos daqui é que precisamos ter sabedoria onde aplicamos os recursos, humanos, financeiros e matérias de que dispomos para investir na evangelização. Precisamos discernir o que vale a pena e o que não vale.
2- Será que é chegado a hora de eu partir para uma nova missão?
Qualquer membro da igreja pode ser comissionado por Deus para uma tarefa missionária. Muitos se voluntariam desde o dia da conversão. Já outros, ainda que Deus escreva com o dedo na parede, recusam-se. Gideão é um exemplo clássico. Como no caso de Jonas, Deus manda tribulações com o fim de sacudir você.
3- Usar a tribulação como meio de consolar os mais novos na fé.
É natural sentirmos medo diante das tribulações. A diferença entre o crente que tem intimidade com Deus através da leitura da Palavra e da prática da oração é sentir, junto com o medo, a proteção e o consolo divino.
Por três vezes neste capítulo é tido que Paulo consolou/encorajou os discípulos. Escrevendo aos Coríntio, (2Co 7.5) Paulo diz que sentiu medo. Ele certamente sofreu física e psicológica e emocionalmente (depressão) (2Co 4.7-12). No entanto, usou sua experiência dolorosa para confortar os discípulos.
4- Sofrer o dano em favor do outro
Algumas vezes as coisas fogem ao nosso controle e nossa companhia se torna um problema no grupo. Na igreja, por exemplo, às vezes Deus no dá um entendimento doutrinário diferente dos demais. Insistir na diferença de ideias pode ser mais prejudicial do que benéfico. Às vezes, conviver com os mais fracos na fé pode ser problemático. Assim, o melhor e nos apartar para que uma simples divergência de ideias não se torne em mágoa, rancor ou coisa pior.
Conclusão
Todas estas lições apontam para um único alvo: a pregação do evangelho de nosso Salvador Jesus Cristo, que é a mensagem de arrependimento e conversão, a tantos quando pudermos alcançar. Ou seja, o cumprimento de Mt 28.19 e At 1.8.
Na perícope, concluímos que imediatamente cessado o tumulto (relatado no cap. 19), Paulo decide partir. Por quê?
1- Percebeu que havia se esgotado o número dos convertidos?
Em Mc 6.11 Jesus ensina que quando uma cidade recusasse conscientemente o Evangelho, ela deveria ser considerada imunda, indigna. Os discípulos foram orientados a saírem dela e em sinal de protesto, sacudir o pó dos pés.
Em Mt 7.6 Jesus nos diz para não ficar perdendo tempo em pregar para o impiedoso e inconverso. Há pessoas que entendem a mensagem do evangelho e deliberadamente recusam. Elas são imundas como os porcos e não se deve perder tempo com elas.
Estas duas situações nos indicam que há pessoas que recusarão deliberadamente curvarem-se ao Evangelho. São os impenitentes. São aqueles que “pecam contra o Espírito”. Somos então encorajados a não ficar perdendo tempo com os tais.
2- Sentiu que o seu tempo em Éfeso terminou?
De Éfeso Paulo escreve aos Coríntios. E nestas cartas temos alguns detalhes da estadia dele junto aos efésios. Ele fazia planos de percorrer de novo as regiões da Macedônia e a Acaia. Mas é possível que o tumulto registrado em Atos 19 tenha sido fundamental para chegar a esta decisão.
Normalmente, quando as coisas vão bem, nos sentimos dentro da zona de conforto. Ninguém quer deixar o conforto. Em Éfeso Paulo exercia seu ministério com relativa paz. Ali ele operou muitos milagres e foi muito bem aceito. Até que chegou o dia deste tumulto.
Se a vontade de Deus para Paulo era de que ele percorresse o mundo anunciando o evangelho, o conforto em Éfeso poderia estar fazendo os retardar sua saída. Deus estaria assim usando a confusão para dizer a Paulo: “a hora da partida chegou. Vai!”
3- Sentiu medo?
Paulo confessa que sentiu medo e talvez até sofreu depressão por causa dos problemas e tribulações (2Co 4.7-12; 7.5). As perseguições e até as torturas físicas lhe causaram dor na alma também. Isto é mais que aceitável. O capítulo 19 de Atos indica que a situação virou de uma hora para outra e o ódio contra Paulo era irracional. É aceitável pensar que mesmo com toda a intimidade que ele tinha com Deus, sentiu medo, pavor. Fugir seria mais que compreensível.
4- Percebeu que sua presença ali poderia trazer problemas para os crentes efésios?
Ficou claro que a presença de Paulo em Éfeso se tornou um problema para a Igreja. Os tumultuadores atribuíram a ele a responsabilidade. Paulo entendeu que se ele permanecesse ali poderia representar um perigo para seus discípulos. Sair da cidade acalmaria as coisas.
Tantas outras hipóteses poderiam ser consideradas. Contudo, para aquele que de fato ama a Deus e busca sempre fazer a vontade de Cristo, “Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito” (Rm 8.28).
Aplicações práticas
1- Discernimento na evangelização
Precisamos pregar o evangelho a toda criatura. Mas nem todos serão salvos. É claro que é muito difícil fazer este discernimento. Muitas vezes erramos e desistimos de pessoas que mais tarde outros pregam a elas e obtêm sucesso. No entanto, a verdade é que quando uma pessoa não é convertida não é porque Deus a rejeitou simplesmente, ou que ela foi predestinada para a perdição. O que a Palavra nos ensina é que a pessoa que vai para a condenação eterna vai por sua pessoal e deliberada decisão.
Outro ensinamento que tiramos daqui é que precisamos ter sabedoria onde aplicamos os recursos, humanos, financeiros e matérias de que dispomos para investir na evangelização. Precisamos discernir o que vale a pena e o que não vale.
2- Será que é chegado a hora de eu partir para uma nova missão?
Qualquer membro da igreja pode ser comissionado por Deus para uma tarefa missionária. Muitos se voluntariam desde o dia da conversão. Já outros, ainda que Deus escreva com o dedo na parede, recusam-se. Gideão é um exemplo clássico. Como no caso de Jonas, Deus manda tribulações com o fim de sacudir você.
3- Usar a tribulação como meio de consolar os mais novos na fé.
É natural sentirmos medo diante das tribulações. A diferença entre o crente que tem intimidade com Deus através da leitura da Palavra e da prática da oração é sentir, junto com o medo, a proteção e o consolo divino.
Por três vezes neste capítulo é tido que Paulo consolou/encorajou os discípulos. Escrevendo aos Coríntio, (2Co 7.5) Paulo diz que sentiu medo. Ele certamente sofreu física e psicológica e emocionalmente (depressão) (2Co 4.7-12). No entanto, usou sua experiência dolorosa para confortar os discípulos.
4- Sofrer o dano em favor do outro
Algumas vezes as coisas fogem ao nosso controle e nossa companhia se torna um problema no grupo. Na igreja, por exemplo, às vezes Deus no dá um entendimento doutrinário diferente dos demais. Insistir na diferença de ideias pode ser mais prejudicial do que benéfico. Às vezes, conviver com os mais fracos na fé pode ser problemático. Assim, o melhor e nos apartar para que uma simples divergência de ideias não se torne em mágoa, rancor ou coisa pior.
Conclusão
Todas estas lições apontam para um único alvo: a pregação do evangelho de nosso Salvador Jesus Cristo, que é a mensagem de arrependimento e conversão, a tantos quando pudermos alcançar. Ou seja, o cumprimento de Mt 28.19 e At 1.8.
Figura: S. Paulo em Éfeso. Maarten de Vos (1568)
0 Comentários
Não use palavras ofensivas.